quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

NO FUTURO...

Radiografia da feira de livros do futuro

Livros. Montanhas de livros. Prateleiras repletas de livros. Pequenos, grandes, finos, de bolso, de capa dura, de coleção. A Feira Internacional do Livro de Guadalajara, a maior no idioma espanhol, deve receber centenas de milhares, possivelmente até milhões deles. Mas é fato que há pelo menos dez anos o livro (e a indústria impressa em geral) enfrenta uma séria crise de identidade: existe futuro para o papel? Estamos fadados a ler em tablets? Como serão as feiras de livros do futuro? Aliás, existirão feiras?
A edição deste ano da Feira do Livro, que termina neste domingo, incluiu pela primeira vez um pavilhão dedicado ao livro eletrônico. Alguns dos expositores oferecem títulos até 70% mais baratos em relação ao exemplar em papel. Mas, ao contrário do que se acredita, um livro eletrônico não “deve” obrigatoriamente ser mais barato do que seu equivalente impresso. Pelo menos essa é a opinião de Ian McCullough, especialista em consumo de meios eletrônicos. “O custo é irrelevante. O maior valor de um livro não está no que ele é fisicamente, e sim no conteúdo: o trabalho de editores, escritores, promotores etc..”
Além disso, a capacidade da plataforma transforma o livro em um objeto com possibilidades muito maiores. A Robot Media, com sede em Barcelona, é uma editora que produz livros eletrônicos infantis. Seu diretor, Hermes Piqué, opina que o e-book está em fase de experimentação, em especial na sua área. “Ainda continuamos virando a página em muitos dispositivos, quando o conceito de página não faz mais do que restringir o tecido infinito que o digital oferece. Além disso, falar do livro digital é também restritivo. A palavra descreve o continente, e não o conteúdo. Nossos ‘livros’ têm animação – são filmes? –, narração – é áudio? –, interatividade – são jogos? – e, obviamente, texto. É muito divertido quando os advogados tentam descrever o livro digital em um contrato editorial.”
O leitor muda, mas não deixará de existir. Brian Wong, o jovem fundador da plataforma Kiip – que utiliza um sistema de recompensas através de jogos eletrônicos para usos comerciais –, opina que o livro e a indústria do papel em geral continuarão existindo apesar das mudanças. “A necessidade de se informar não desaparecerá da noite para o dia. Os conteúdos se especializam, isso sim. As pessoas são muito mais específicas para o consumo editorial. Mas o interesse não vai se extinguir.” Leia +

Fonte: Observatório da Imprensa

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