quinta-feira, 28 de março de 2013

Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo chega à 15ª edição com novidades


Críticos culturais, artistas, 101 escritores vindos de nove países além do Brasil e leitores têm encontro marcado de 27 a 31 de agosto: a 15ª edição de uma das maiores movimentações culturais da América Latina, a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo. O tema central dos debates “Leituras jovens do mundo” e a ampla programação que compreende a Jornada foram apresentados a autoridades, representantes da imprensa e convidados na manhã desta terça-feira (26), no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo (UPF).
O tema explora o potencial, as preferências e a diversidade de interesses e comportamentos necessários ao entendimento dos jovens e a imprescindível sintonia com esse público. Para as discussões estão convidados autores internacionais, como o diretor do Departamento de Psicologia Evolutiva da Universidade de Barcelona, Cesar Coll, e o romancista mexicano Alejandro Reyes. Entre os brasileiros, destacam-se José Castello, Walcyr Carrasco, Jairo Bouer, Laura Müller, André Vianco e Raphael Draccon.
Realizada há 32 anos em parceria entre a UPF e a Prefeitura de Passo Fundo, a Jornada chega em 2013 com novidades. A idealizadora e coordenadora da movimentação cultural, professora Tania Rösing, apresentou a programação dos cinco dias, que inclui eventos paralelos e já tradicionais, como a 7ª Jornadinha Nacional de Literatura, destinada a estudantes do ensino fundamental; o 12º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural, que ocorre anualmente, alternando cidades da Europa e Passo Fundo em anos de Jornadas Literárias; o 4º Encontro Estadual de Escritores Gaúchos: a criação literária em debate; o 3º Seminário Internacional de Contadores de Histórias; o 2º Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Juvenil e a segunda edição da JorNight, destinada especialmente aos jovens. As principais alterações ficam por conta do espaço, que não será mais uma lona de circo, e dos eventos agregados à programação, o Encontro Internacional de Bibliotecários e Mediadores de Leitura e a Jornada UPF, que vai reunir universitários da instituição.
Fonte: Sul 21

quarta-feira, 27 de março de 2013

I Feira Literária do Distrito Federal para os amantes da leitura

Evento tem vasta programação gratuita de 8 a 14 de abril

A premiada escritora Stella Maris Rezende é a grande homenageada na I Feira Literária do DF: 'Depois de muito trabalho, a magia acontece. Estou realizando um sonho' (Divulgação)
A premiada escritora Stella Maris Rezende
é a grande homenageada na I Feira Literária
do DF: "Depois de muito trabalho, a magia
acontece. Estou realizando um sonho"






Para deleite dos amantes da literatura, foi anunciada oficialmente nesta terça-feira 
a programação da I Feira Literária do Distrito Federal (FLIDF). Entre os dias 8 e 14 de abril,
 o Taguatinga Shopping vai sediar mesas redondas, palestras,bate-papo com autores, 
oficinas, shows e várias outras atividades voltadas para o mundo das letras. 
São esperados cerca de 30 mil visitantes e todas as atrações têm entrada livre e são direcionadas especialmente para estudantes.

A grande homenageada nesta primeira edição é escritora Stella Maris Rezende (foto),
 que morou durante 40 anos em Taguatinga e há seis mudou-se para o Rio de Janeiro.
 Ela é autora da obra A Mocinha do Mercado Central, que levou nada menos que o
Prêmio Jabuti 2012 de “Livro do Ano de Ficção”. Durante a apresentação à imprensa, ela,
 que é autora também de diversos outros livros também premiados, se disse emocionada
 com a homenagem em uma festa tão representativa: “É muito importante para nós
incentivar a leitura. E agora me vejo como parte dessa boa prática. Afinal, depois de muito
trabalho, a magia acontece. Estou realizando um sonho”, relatou.



terça-feira, 26 de março de 2013

Inaugurada na USP biblioteca com acervo doado por José Mindlin


Entre os volumes há raridades como a primeira prova de “Vidas secas”, corrigida à mão por Graciliano Ramos.



Neste sábado (23), foi inaugurada, na Universidade de São Paulo (USP), a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. O acervo conta cinco séculos de história do Brasil e foi doado à USP pelo empresário, quatro anos antes de morrer.
O prédio foi construído para receber o acervo de 60 mil volumes. No local, a temperatura é estável, a umidade é baixa e há pouca incidência de luz, tudo para preservar a maior coleção particular de obras de brasileiros ou de estrangeiros falando sobre o nosso país. A arquitetura da biblioteca permite que todos possam ver os livros. Um pedido do empresário José Mindlin, que morreu em fevereiro de 2010. O neto dele, Rodrigo Mindlin Loeb, foi um dos arquitetos responsáveis pelo projeto.
“Ele tinha uma paixão absoluta pelos livros e uma paixão maior ainda em compartilhar esse conhecimento que tinha com todos”, conta.
Mindlin comprou seu primeiro livro antigo aos 13 anos. E durante as oito décadas seguintes, garimpou uma coleção impressionante.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Brasil será homenageado na Feira de Livros de Bolonha em 2014


Na edição de 2013, seis autores brasileiros representarão o País durante o anúncio oficial da homenagem que será feita no ano que vem, quando 30 escritores irão à Itália

A Câmara Brasileira do Livro (CBL), por meio do projetoBrazilian Publishers – uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) –, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) organizam mais uma participação do Brasil em eventos internacionais: a Feira de Livros para Crianças de Bolonha, na Itália, de 25 a 28 de março deste ano.

Já em 2014, pela segunda vez, o País assumirá a condição de convidado de honra. Na homenagem que receberá da maior e mais importante feira internacional de livros para crianças e jovens, o Brasil apresentará ao mundo toda a diversidade da sua produção editorial e a riqueza de sua cultura. Sob o slogan “um país cheio de vozes”, adotado para as próximas homenagens até 2020, serão lançadas luzes sobre as marcas de nossa produção editorial para esse segmento: a multiplicidade cultural, a capacidade de ressignificar influências externas e a intertextualidade.
“O Brasil vive um momento ímpar de representatividade da sua cultura literária no mundo todo e essa homenagem também no segmento infanto-juvenil só faz coroar o trabalho desenvolvido por autores brasileiros”, afirma Karine Pansa, presidente da CBL, lembrando que o País será homenageado em 2013 na Feira do Livro de Frankfurt, em 2015, no Salão do Livro de Paris, e até 2020,  nas feiras do Livro de Londres e de Nova York. “Um dos vetores para a pluralização da leitura está na democratização e no intercâmbio de livros e escritores. Nesse sentido, essa troca com todas essas nações de culturas tão distintas não apenas premia a nossa produção literária, como favorece o mercado nacional”.

Parceira da CBL e da Apex-Brasil nesses objetivos, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada ao Ministério da Cultura, lançou em 2012 um edital específico para fomentar a publicação de livros infantis e juvenis no exterior. Durante a coletiva de imprensa que será realizada na feira de Bolonha deste ano, no dia 27, às 10h, no Pavilhão da Feira, representantes dessas entidades e organismos públicos mostrarão o conceito da participação brasileira em 2014, além de adiantar algumas atividades da programação cultural.

Também com o objetivo de estimular a publicação internacional de autores brasileiros nesse segmento, será apresentada em Bolonha a 3ª edição da Revista Machado de Assis – Literatura Brasileira em Tradução, dedicada especialmente à literatura para crianças e jovens.  Essas iniciativas fazem parte da preparação do Brasil para a intensa programação literária e cultural em Bolonha em 2014.

Nesta 50ª edição da Feira de Bolonha, que terá 1.200 expositores, de 66 países, em uma área de 20 mil m2, o Brasil, em um estande de 128 m2, já antecipará um pouco do que será visto em 2014, quando levará cerca de 30 autores para participar de leituras públicas, palestras e atividades, tanto na feira como em livrarias, universidades, museus e bibliotecas da cidade italiana.

Neste ano, seis autores brasileiros estarão em Bolonha: Ana Maria Machado (prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel de literatura infanto-juvenil, em 2000), Anielizabeth Cruz, Maurício de Sousa, Anna Claudia Ramos, Roger Mello (indicado ao prêmio Hans Christian Andersen em 2010) e Sandra Pina. A programação cultural completa da edição de 2014 será divulgada em junho e contará com diversos eventos, ocupando importantes espaços de Bolonha.

CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO – CBL www.cbl.org.br
Twitter: @CBL_oficial
Facebook: Câmara Brasileira do Livro
Gerente de Comunicação: Vera Esaú – veraesau@cbl.org.br

sexta-feira, 22 de março de 2013

Arte e literatura marcam abertura da Feira de Livros da EdUFSC


A feira prossegue até o dia 2 de abril, oferecendo descontos de 30 a 70% dos preços de capa.


Wagner Behr/Agecom
Leon de Paula encenou “O Detetive de Florianópolis”, listado para o próximo Vestibular da UFSC.
Um diálogo entre a literatura e o teatro marcou oficialmente hoje (18) a abertura da Feira do Livro da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC), no Centro de Convivência, no Campus da Trindade, em Florianópolis.

“O livro é o patrimônio material do nosso conhecimento”, sintetizou Roselane. Já a vice-reitora destacou a revitalização do espaço do Centro de Convivência com a feira. A abertura do evento coincide com o reinício do ano letivo na universidade. A feira faz um tributo a Franklin Cascaes, autor de O fantástico da Ilha de Santa Catarina, falecido há 30 anos. A solenidade de abertura, presidida pelo diretor executivo da EdUFSC, Sérgio Medeiros, contou também com a presença dos pró-reitores e de toda a equipe da editora.

O ator Leon de Paula encenou um poema de Cruz e Sousa e uma crônica de Jair Hamms, respectivamente de Últimos Sonetos e O Detetive de Florianópolis, ambos listados para o próximo Vestibular da UFSC. Os dois estão 30% mais baratos.Neste ano, a feira também está fazendo uma parceria com o 3º Festival Nacional do Conto, que acontece, na Capital, de 19 a 23 de março. Escritores nacionais visitarão o Centro de Convivência. Sérgio Medeiros ressaltou que, além dos títulos novos, a EdUFSC está oferecendo vários relançamentos, isto é, obras importantes que se encontravam esgotadas.

Fonte: Portal da Ilha

quinta-feira, 21 de março de 2013

Projeto de incentivo à leitura será lançado nesta quinta


Com o objetivo de despertar o hábito da leitura em diversos gêneros textuais e promover a formação educacional, bem como estimular a circulação de edições locais e o contato com escritores, a Secretaria de Cultura (SEC), realiza, nesta quinta-feira (21), mais uma etapa do projeto ‘Edição de Livros’.
O lançamento ocorrerá a partir das 18h, no Hall Superior da Biblioteca Pública do Amazonas.
Dessa vez serão relançadas as obras ‘O Nascimento de uma cidade: Manaus 1890 a 1990’, de Luiz de Miranda Correa, (quinta edição) e ‘Fundação de Manaus’, de Mário Ypiranga Monteiro (segunda edição).
A iniciativa faz parte das atividades do Programa de Incentivo à Leitura e ao Livro ‘Mania de Ler’.
Segundo o secretário de Cultura do Amazonas, Robério Braga, as ações acontecem uma vez por semana visando a dinamizar o acesso à leitura, além de oferecer oportunidades aos novos e antigos escritores a publicarem suas obras.
No total, o programa de incentivo à leitura e ao livro ‘Mania de Ler’, orçado em R$ 17.818.990,00, engloba 46 projetos e subprojetos nos mais diversos campos, como o do uso do espaço físico; da popularização da leitura; da atenção às pessoas com deficiência; do estimulo à produção e premiação; do cuidado e preservação com o livro; do estímulo à comemoração; da ação escolar; das edições; e do estimulo a promoção e divulgação.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Projeto prevê estantes de livros nos pontos de ônibus de São Paulo


De acordo com pesquisas, os paulistanos ficam, em média, cerca de 2 horas e meia por dia no trânsito, independe do transporte utilizado. Por isso, a iniciativa Parada do Livro veio para fazer esse deslocamento ser mais agradável ao instalarestantes de livros nos pontos de ônibus.
O intuito é incentivar a leitura, promover a cultura, a interação entre as pessoas e também fazer com que a espera pelo transporte seja mais agradável, já que no final do mês, as horas gastas no transporte público dão em média 3 dias que podem ser perdidos (ou não ;).

O projeto foi financiado pela organização Catarse e conseguiu o dinheiro que precisava arrecadar: R$ 5.600,00. Agora as estantes estão passando por um processo de identidade visual e devem ser instaladas pela cidade até o começo de junho.
Fonte: Yahoo

terça-feira, 19 de março de 2013

Biblioteca Pública (Maranhão) realiza seminário sobre livro, leitura e biblioteca


Conversar sobre as muitas possibilidades que se desdobram a partir da leitura, do contato com o livro e com a biblioteca é o propósito do Seminário "Conversa Afiada Sobre Livro, Leitura e Biblioteca", que será promovido pela Rede Leitora Ler pra Valer, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura/Biblioteca Pública Benedito Leite e o Instituto C&A, que acontecerá em São Luís, nestas quinta (21) e sexta-feira (22), na Fundação de Memória Republicana do Convento das Mercês.
O Seminário tem por objetivo suscitar discussões acerca dos inúmeros caminhos que a leitura literária permite enveredar. O evento contará com a participação de mediadores de leitura em todo o estado, educadores, bibliotecários e profissionais ligados a área da leitura que irão participar de conferência, mesas temáticas, roda de conversa, momento literário e oficinas.
Como convidados para proferir palestras e oficinas estarão em São Luís André Neves, Roberto Azoubel, assessor Técnico do Setor do Livro, Leitura e Literatura da Representação Regional do Ministério da Cultura (MINC); Rita Margareth, especialista em Leitura (BA); Elisa Machado, coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas.
A programação será aberta, às 9h de quinta-feira (21), com a conferência tema "Conversa afiada sobre livro, leitura e biblioteca", que será proferida por André Neves e terá a coordenação de Rosa Maria Ferreira Lima, diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite e coordenadora do Programa nacional de Incentivo à Leitura-Proler/MA.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Biblioteca da Universidade de Coimbra é referência internacional


O presidente da República considerou, esta terça-feira, que a comemoração dos 500 anos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra representa um motivo de orgulho e uma referência internacional para o mundo académico lusófono.
 
foto FERNANDO FONTES / GLOBAL IMAGENS
Biblioteca da Universidade de Coimbra é referência internacional
Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra
 
A comemoração dos 500 anos da Biblioteca Geral representa "um motivo de orgulho" para os portugueses e "uma referência internacional de valor incalculável, muito especialmente no mundo académico lusófono", considerou o presidente da República.
Numa carta enviada ao reitor da Universidade de Coimbra, Cavaco Silva congratulou-se com a celebração de uma data "tão importante" quer para história do país, quer para a história das instituições universitárias na Europa e no mundo.
Herdeira da Casa da Livraria, mencionada numa ata de 12 de fevereiro de 1513, quando a Universidade portuguesa funcionava em Lisboa, a Biblioteca Geral promove, a partir desta terça-feira, um programa comemorativo do 500 anos, que termina com um congresso internacional, em janeiro de 2014.
O presidente da República destacou que a Biblioteca da Universidade de Coimbra tem sido um "instrumento privilegiado da cultura, do saber e da arte", sobretudo "após a construção das magníficas instalações com que a dotou o rei D. João V".
Cavaco Silva sublinhou ainda que passaram pela Biblioteca alguns "dos grandes mestres da Renascença europeia", que nela estudaram "sucessivas gerações da elite nacional" e que nela se formaram muitos dos que "viriam a fundar e a contribuir para o desenvolvimento dos Estados que integram hoje a comunidade lusófona".

terça-feira, 5 de março de 2013

Dos enciclopedistas aos bibliotecários

O acervo digital dos EUA vem aí

RESUMO
Diretor do complexo de bibliotecas da Universidade Harvard comenta o lançamento da Biblioteca Pública Digital dos EUA, em abril, que vai pôr em rede o acervo em domínio público de dezenas de bibliotecas acadêmicas. Criado como antítese do Google Books, o projeto da DPLA é financiado por recursos privados.



 iluminismo é o principal tema de estudo do historiador americano Robert Darnton, 73, autor de vários títulos sobre como a difusão do conhecimento alimentou revoluções no século 18. É de certa forma inspirado nos ideais dos enciclopedistas que Darnton comanda ele também uma revolução.

Como diretor do imenso complexo de bibliotecas da Universidade Harvard, ele encabeça a criação da DPLA (Digital Public Library of America, sigla para biblioteca pública digital americana), que a partir de abril vai reunir e compartilhar gratuitamente na internet o acervo e obras de milhares de bibliotecas e universidades do país.

A DPLA é a resposta de Darnton e da academia à violação de direitos autorais representada pelo Google Books, que lucra com os livros repassados para a rede.
"Vamos fazer diferente", diz Darnton, que vê a biblioteca digital como o seu projeto mais ambicioso, algo a ser feito "por séculos".

O debate em torno do livro na era das tecnologias digitais foi tema de "A Questão dos Livros", coletânea de textos que lançou no Brasil em 2010, pela Companhia das Letras. Pela mesma editora, lançou no ano passado "O Diabo na Água Benta", no qual aborda outro assunto importante em sua produção intelectual, o jornalismo -em especial, a imprensa clandestina que veiculava insultos e difamações mas também denúncias políticas de um e outro lado do canal da Mancha no século 18.


segunda-feira, 4 de março de 2013

Templo do livro, modelo em xeque


A atual fase da era digital, marcada pela expansão do mercado de e-books, vem acentuando o debate sobre o destino das bibliotecas tradicionais - e o seu incontornável impacto na formação de leitores


Bibliotecários do Reino Unido ficaram em polvorosa com uma recente declaração do escritor inglês Terry Deary. Autor de obras infantis e juvenis, publicadas inclusive no Brasil, ele disse: "As bibliotecas tiveram seu momento. Elas são uma ideia vitoriana e estamos na era digital. Ou mudam e se adaptam ou deverão ser fechadas. Muito da chiadeira atual é sentimentalismo". A realidade de seu país em crise, onde as bibliotecas sofrem com corte de verba e encerramento de atividades e brigam com editoras pela questão do empréstimo de e-books, é bem diferente da brasileira.
Frequentadores da Biblioteca de São Paulo leem no papel e na tela de um e-reader - Márcio Fernandes/AE
Márcio Fernandes/AE
Frequentadores da Biblioteca de São Paulo leem no papel e na tela de um e-reader
Aqui, a briga é para zerar o déficit de bibliotecas. De acordo com o Censo Nacional de Bibliotecas Municipais, de 2010, 20% das cidades não contam sequer com uma sala de leitura. O dado é ainda mais preocupante nas escolas públicas. O Censo Escolar mostrou que 72,5% ficam devendo esse espaço para seus alunos - existe uma lei que determina que até 2020 essa questão seja resolvida. Outro desafio é a conquista de novos leitores. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 75% dos brasileiros jamais pisaram numa biblioteca. O mesmo levantamento mostrou que 20% dos entrevistados frequentariam uma, se houvesse livros novos. Mas nada convenceria 33% a fazer isso.
"A biblioteca não é um organismo à parte na constituição de uma sociedade: a biblioteca é reflexo dela e responde a ela. Por isso é que temos tão poucas bibliotecas no Brasil", comenta Maria Antonieta Cunha, especialista no assunto e desde 2012 à frente da Diretoria do Livro, Leitura e Literatura, órgão subordinado à Fundação Biblioteca Nacional. Mas o Brasil é, claro, um país grande e desigual, e também no que diz respeito ao acesso a livros vive, simultaneamente, passado, presente e futuro. Enquanto uns correm para resolver essas questões básicas e urgentes, outros veem o momento em que será possível emprestar um livro digital de uma biblioteca e lê-lo no e-reader, tablet ou celular.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Leitura Alimenta: projeto adiciona livro à cesta básica


RESUMO Diretor do complexo de bibliotecas da Universidade Harvard comenta o lançamento da Biblioteca Pública Digital dos EUA, em abril, que vai pôr em rede o acervo em domínio público de dezenas de bibliotecas acadêmicas. Criado como antítese do Google Books, o projeto da DPLA é financiado por recursos privados.
*
O iluminismo é o principal tema de estudo do historiador americano Robert Darnton, 73, autor de vários títulos sobre como a difusão do conhecimento alimentou revoluções no século 18. É de certa forma inspirado nos ideais dos enciclopedistas que Darnton comanda ele também uma revolução.
Como diretor do imenso complexo de bibliotecas da Universidade Harvard, ele encabeça a criação da DPLA (Digital Public Library of America, sigla para biblioteca pública digital americana), que a partir de abril vai reunir e compartilhar gratuitamente na internet o acervo e obras de milhares de bibliotecas e universidades do país.
A DPLA é a resposta de Darnton e da academia à violação de direitos autorais representada pelo Google Books, que lucra com os livros repassados para a rede. "Vamos fazer diferente", diz Darnton, que vê a biblioteca digital como o seu projeto mais ambicioso, algo a ser feito "por séculos".

Jorge Araujo - 28.set.12/Folhapress


Robert Darnton no auditório da Folha, em São Paulo, em setembro de 2012
Robert Darnton no auditório da Folha, em São Paulo, em setembro de 2012


Fonte: Exame