segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Internet e o hábito da leitura

O grande escritor Monteiro Lobato disse certa vez que “um país se faz com homens e livros”. Adequadamente interpretada a frase do escritor, cujos textos povoaram nossas infâncias, faz depreendermos que a evolução cultural e o desenvolvimento em todos os níveis de qualquer nação passa pelo estudo e pelo saudável hábito da leitura.

Hoje, com a desleal concorrência da sempre atraente Internet o hábito da leitura, necessário à evolução científica, filosófica e cultural de qualquer povo, corre o risco de ser relegado a um segundo plano, prejudicando sobremaneira a formação do indivíduo.


Em uma pesquisa realizada entre estudantes secundaristas do Rio de Janeiro restou apurado que, embora 92% deles tenham acesso à Internet, nada menos que 14% dos alunos não leram sequer um livro nos últimos cinco anos, e outros 11% leram apenas uma obra literária no mesmo período. E mesmo entre os jovens que leem, uma considerável parte deles o faz porque a obra será cobrada em um vestibular, ou em uma avaliação escolar. A leitura pelo simples prazer de ler, infelizmente, é algo cada vez mais raro na juventude atual e, honestamente, não vejo perspectivas de mudança nesta conduta.


Conquanto a pesquisa tenha abordado estudantes do Rio, não vejo razões para não se entender que este mesmo quadro se aplica a outras regiões, posto que em tempos de redes sociais, jogos on line e outros atrativos virtuais, é muito improvável que estudantes, sem uma orientação adequada na família e na escola, venham trocar a Internet por um livro. É um fenômeno universal.


E estas ponderações, acerca dos efeitos nocivos da Internet sobre o ato de ler se aplicam igualmente a adultos, cada vez mais reféns e prisioneiros de seus tablets, smartphones e laptops. Observamos neste aspecto que, com a devida vênia, os chamados livros eletrônicos, outrora elevados à condição de sucessores dos livros impressos, ainda não proporcionaram a propalada disseminação da leitura.


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Fonte: JM Online

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