domingo, 7 de abril de 2013

Homens e livros

“Um país se faz com homens e livros”, dizia Monteiro Lobato. O mesmo que fez a incrível façanha de inserir, por gerações, milhares de crianças no mundo da literatura e do sonho. Lobato sabia do alcance e dos frutos da cultura para um povo, para uma nação. Desde a invenção da imprensa até os nossos dias, a popularização do saber mudou os caminhos e o destino da humanidade.

Um livro tem como que personalidade, identidade. Ele nos fala, nos interpela. Na verdade, ele ganha certa independência em relação ao seu autor. Este se reconhece em sua obra, mas a obra consegue dizer coisas aos leitores que o autor não conseguira sequer imaginar. O livro vai se enriquecendo de sentido e mensagem a cada interpretação, a cada leitor. Ele fala, mesmo quando fechado e acomodado em uma estante.

Nos tempos atuais, não faltam os profetas da decadência do livro e da imprensa. A cada novidade eletrônica, preconiza-se que o fim do livro está próximo. Basta um computador, uma banco de dados, um brinquedo eletrônico que, na palma da mão, reúne toda uma biblioteca.

Mas será mesmo que o livro perdeu o seu lugar? Que a imprensa e o jornal cederão espaço para os meios eletrônicos? Podemos afirmar que não. Novidades vêm e passam... Muitos se encantam, compram, mas essas parafernalhazinhas eletrônicas acabam jogadas em um canto da gaveta ou do armário. Depois as pessoas voltam ao bom e velho amigo: o livro.

Entretanto, um fato é preocupante. Independentemente das novas tecnologias, há um movimento de desprezo pela leitura. As pessoas leem menos e, consequentemente, leem mal. Nesse sentido, seria muito importante que nossos líderes, nossos governantes atentassem para a questão da qualidade da educação. Mesmo os educadores precisam descobrir que mais importante do que um saber pragmático, voltado exclusivamente para o sucesso no vestivular, é um saber voltado para a vida, que possibilitem ao jovem de hoje ler e interpretar os textos escritos e sua própria existência.

Voltando ao bom e velho Monteiro Lobato, descobrimos que nosso país precisa de livros. Neste campo, em comparação com outros países, temos ainda que crescer muito. Temos poucas bibliotecas, poucos espaços de leitura. Outro elemento é que nos faltam ainda incentivos maiores para as publicações. Um grande programa de incentivo à leitura e à cultura é tão importante como um programa de incentivo ao crescimento econômico. Enquanto tal despertar não vem de cima, nós podemos fazer a nossa parte. Vamos ler e vamos incentivar, principalmente os mais jovens, para o gosto, o prazer e o crescimento que os livros nos proporcionam. Assim estaremos construindo uma grande nação! 

Fonte: JCnet

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