segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Brasileiro pode pular e-reader e ir direto ao tablet

Para especialistas, falta de hábito de leitura deve favorecer os tablets, que agregam mais funções que os e-readers


O e-reader é um equipamento que serve exclusivamente para a leitura de obras digitais. O tablet - que permite conexão à internet e acesso a um mundo de aplicativos - também pode ser usado para leitura. Escolher um ou outro como o aparelho que vai armazenar seus livros foi uma das discussões de ontem na Campus Party, em São Paulo, a maior feira de tecnologia e ciência do Brasil.
Por conta da tecnologia e-ink (tinta eletrônica), que permite a leitura sob a luz do sol, a experiência de ler num e-reader tende a ser mais agradável que em qualquer outro aparelho. Esse um é ponto com o qual todos concordam. O que provoca reflexão entre os especialistas, em especial no País, é o perfil do leitor brasileiro.
"Eu sou um pouco cético quanto ao papel do e-reader", diz Carlo Carrenho, consultor editorial e fundador do Publishnews, um portal sobre o mercado editorial, participante da mesa "E-books à brasileira". "No Brasil não temos heavy readers (pessoas que leem vários livros por semana). Por isso, minha aposta é que haverá um salto direto para o tablet."
Em mercados mais habituados à leitura, como os Estados Unidos, as pranchetas eletrônicas já parecem representar uma ameaça aos leitores dedicados, como o Kindle, da Amazon. Uma pesquisa de dezembro da consultoria IHS iSuppli informa que 2012 se encerraria com a venda de 14, 9 milhões de e-readers vendidos, uma queda de 36% emrelação ao ano anterior. Para este ano, a estimativa é de 10, 9 milhões de unidades.
E o cenário piora em 2016, segundo a pesquisa: 7,1 milhões de unidades devem ser vendidas. Para se ter ideia do quanto isso representa no mercado de dispositivos móveis, basta comparar com o desempenho da Apple nos últimos três meses do ano passado, quando 14 milhões de iPads foram vendidos.

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